quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Pesquisa releva impacto do SPED sobre o empreendedorismo


Com 795 participações, estudo “Empreendedorismo contábil no mundo pós-SPED” mostra, entre outros problemas, que somente 22,7% cursaram mais de 40 horas de treinamentos sobre a NF-e.

Cinco anos após o início da padronização das normas contábeis e da implementação dos projetos do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), 41,9% e 34,9% dos profissionais da contabilidade, respectivamente, nunca participaram de cursos e eventos de capacitação sobre estes dois importantes temas.

Preocupantes, por conta da complexidade envolvida em ambas as sistemáticas, os resultados fazem parte da pesquisa on-line “Empreendedorismo contábil no mundo pós-SPED”, a mais completa já realizada sobre o assunto, aplicada de 19 de julho a 25 de agosto, e que obteve 795 respostas. A margem de erro é de 4% para um nível de confiança de 95%.

Coordenado pelo professor Roberto Dias Duarte, autor da série de livros “Big Brother Fiscal”, o levantamento envolveu a efetiva colaboração de outros oito profissionais de destaque, que ajudaram a formular as 37 perguntas de múltipla escolha disponíveis no estudo, além de tabular e analisar os resultados.
Outros dados inquietantes mostram que apenas 22,7% dos profissionais contábeis cursaram mais de 40 horas de treinamentos operacionais sobre Nota Fiscal eletrônica (NF-e), EFD-ICMS/IPI (21,5%), EFD-Contribuições (16,6%) e SPED Contábil (12,3%).

A situação fica ainda pior quando analisados outros tipos de investimentos. De acordo com a pesquisa, a maior parte das empresas (61,3%) não investiu em marketing ou eventos para clientes, adequação à IFRS (60%) e consultoria organizacional (58,6%). Além disso, menos da metade das empresas (44%) investiu em infraestrutura tecnológica e (43,4%) reverteu recursos em sistemas de informação.

“A reclamação sobre a complexidade de adaptação ao SPED e as constantes mudanças legislativas é compreensível, mas não justifica toda esta falta de capacitação profissional e desinteresse das empresas contábeis em investir em seus colaboradores”, avalia Duarte.

De acordo com a pesquisa, aproximadamente sete em cada dez profissionais (66,9%) avaliaram a EFD-Contribuições como difícil ou muito difícil. A legislação foi citada por 45,9% dos entrevistados como sendo a principal dificuldade enfrentada pelos profissionais. Para 63% dos participantes, os impactos do SPED são positivos para as empresas de Lucro Real.

Carga tributária
Uma das percepções iniciais do SPED, a queda gradual da carga tributária no médio e longo prazo, parece não ser algo plausível para os profissionais contábeis. A maioria, ou 71,7%, acredita que a sistemática não reduzirá a carga tributária, enquanto 64,4% têm a mesma opinião de que a complexidade neste campo não diminuirá.

Outro cenário mostra que 58,4% dos participantes acham que o SPED não reduzirá os custos operacionais das empresas, e 55,6%, os custos operacionais dos escritórios contábeis. Entretanto, 53,1% apostam no aumento do valor das consultorias em sistemas; 49,3%, no preço das licenças de software; e 46,4% na remuneração das consultorias tributárias.

Perfil dos profissionais e das empresas

• 68,7% das respostas foram registradas por profissionais da contabilidade; 59,6% ocupam cargos de liderança, sendo 29,2% empresários;
• 71% trabalham em empresas com mais de 10 anos de existência;
• 27,7% das empresas informaram ter faturamento anual acima de R$ 10 milhões e 42,6% até R$ 1 milhão;
• 52,4% têm até 100 clientes;
• 71,6% têm na escrituração fiscal sua atividade principal;
• 32,9%, ou uma em cada três empresas, declarou ter aumentado em mais de 30% o tamanho de sua base de clientes desde 2007.
• 37,5% apresentaram um crescimento nas receitas acima de 30% desde 2007.
· A íntegra da pesquisa pode ser “baixada” aqui.

Especialistas

Participaram da pesquisa: Edgar Madruga (administrador de empresas e auditor), Edson Lima (contador, sócio-diretor do Grupo Skill), Fernando Sampaio (diretor da SinergiX Soluções Empresariais Inteligentes), Jorge Campos, (SPED Brasil e EFD-Social).
José Adriano Pinto (contador e sócio-diretor da BlueTax e moderador do portal JAP’s-SPED), Mauro Negruni (diretor da Decision IT e membro do GT 48), Tânia Gurgel (contadora e advogada, sócia da TAF Consultoria) e Tiago Coelho (contador e tributarista, diretor da FiscALL Soluções).


Fonte: Blog do Roberto Dias Duarte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguir por Email

Insira seu endereço de email:

Delivered by FeedBurner