quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Lavoura carregada com boas surpresas no campo e nas cotações


   No rastro das colheitadeiras, a Expedição Safra Gazeta do Povo começou ontem (7) a registrar a maior safra de soja do Brasil num clima de confiança no aumento da produção, que pode atingir 70 milhões de toneladas em âmbito nacional e 14 milhões de toneladas no Paraná. A partir da região de Cascavel (Oeste do estado), técnicos e jornalistas conferem os resultados de uma safra de risco climático, mas de boas surpresas no campo e nas cotações. Mesmo no caso do milho, que teve redução de área, o rendimento das lavouras tende a surpreender, passando de 31 milhões de toneladas no país e de 5,2 milhões no estado.
   “Estamos monitorando a safra desde o plantio e o que temos percebido é que não houve quebra por falta de chuva, como se temia principalmente nos estados do Sul. As estiagens provocadas pelo La Niña foram isoladas”, observa o coordenador da Expedição, Giovani Ferreira. “A produtividade das lavouras de grãos será uma das melhores já registradas”, afirma o agrônomo Robson Mafioletti, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que acompanha a equipe que voltou à estrada nesta semana.
   A Expedição vai acompanhar a colheita em 12 estados brasileiros, bem como na Argentina e no Paraguai. É justamente para a América do Sul que se voltam os olhos do mercado internacional de commodities neste momento. As cotações oscilaram a cada previsão de quebra. Agora, com o plantio da Argentina concluído e a previsão de bons resultados no Brasil, se sustentam acima das de 2010 pelo fôlego da demanda internacional.
   Além de tirar a prova sobre as condições das lavouras sul-americanas, a Expedição vai participar do Agricultural Outlook Forum 2011, realizado pelo Departa­mento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Arlington, Virgínia. Depois, segue para a Europa, percorrendo regiões agrícolas, indústrias e bases logísticas da Alemanha, França e Holanda. Serão dois meses de sondagem e reportagens sobre produção, logística e mercado.
   O trabalho da Expedição, que exige o percurso de 62 mil quilômetros de estradas nesta temporada, ganha repercussão nacional e internacional. Nas próximas duas semanas, soma-se ao grupo de técnicos e jornalistas brasileiros o editor Mike McGinnis, do Agriculture.com, um dos principais canais de informação consultados pelos produtores norte-americanos na internet.
   A colheita da soja chega à casa de 5% da área plantada em Mato Grosso e no Paraná nos próximos dias, mas com resultados definidos. O estado do Centro-Oeste espera 3 mil quilos por hectare e os produtores paranaenses devem alcançar perto de 2,9 mil kg/ha. A estimativa da Expedição é de que tenham sido plantados 6,22 milhões e 4,67 milhões de hectares respectivamente, num quadro de expansão de 3% em âmbito nacional, para 23,8 milhões de hectares. No milho, houve recuo em importantes estados produtores, como o Paraná, que plantou 767 mil hectares (18,4% a menos que no verão passado). Em todo o país, manteve-se 7,8 milhões de hectares (-3,46%) e a produtividade média deve chegar a 4,2 mil quilos por hectare. As duas culturas tendem a render 102 milhões de toneladas, e podem sustentar safra recorde próxima de 150 milhões de toneladas de grãos.

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